Bomboca ao acordar

Sem vontade para grande coisa e com algumas remelas no olhos.

Mudei de redacção. Ainda não escolhi o café correspondente que me receberá todas as manhãs. Tenho dois, um bocado afastados. Um a sede do Sporting (o café sabe a queimado e o jornal privilégio das nove da manhã é o 24 horas), o outro um tasco com cheiro dúbio, abre às 5 da manhã e cheira a bagaço que até corta – mas tem o Correio da Manhã e o Público.

Sem cafeína? Impossível. Isto não está bonito. Logo já vos conto qual escolhi!

[ pensamento do dia: Se a vida te dá a Juliana Paes, faz marmelada ]

BOM DIA!

Café com cheirinho

Gosto, sempre que posso, beber um café depois de almoço. Agora habituado a fazê-lo comigo mesmo, ficamos mais atentos ao que nos rodeia. E bonito foi uma senhora acompanhar o meu pastel de nata e o meu café, com uma fralda tão bonita e cheia ‘daquilo que nós sabemos, mesmo à minha frente!… Mas mudam-se as fraldas nas mesas dos cafés?

Ainda insisti com a conversa: _”mas a senhora não tem um automóvel onde possa fazer isso?”. Respondeu-me: -“E ía levar a criança cheia de cócó até ao parque?”… Calei-me e tentei não continuar com esta conversa de m####!

Zombie quem?

Que dia quem vem por aí…! Uma arroba de coisas para fazer num timing de 8 horas. Vida de um pequeno jornalista à beira de um ataque de comunicação.

Ora vejamos, ainda me faltam 8 entrevistas, até às 18h de hoje. Mais fotos, entrevista de rua para passar, textos de apoio, caixas e caixinhas, grafismo e diagramção, orientação do jornal, emails e tratamento de press releases. Tudo num dia só. E vou conseguir. Nem tempo para tirar o muco nasal devo ter. Sinto-me um verdadeiro Popeye da cafeina! 😉

A esta hora, estou na primeira entrevista do dia e imagino a cara de Zombie com que devo estar. Sim, este post foi feito por antecipação.

Dia de ontem muito bom, com boas notícias a alguns níveis. Mais força para um fim de semana que promete ser dor de cabeça. Vou ali beber uns litros de café e umas águas, já venho!

Força!

Se o mundo acabasse à dentada, já tinhamos vencedores

Tenho uma dúvida que envolve senhoras desdentadas e bem vestidas, e horas de almoço sem cheiro a xixi e nafatalina!

O meu almoço anda a depender destas amistosas senhoras, que se cruzam todos os dias comigo, no café. Ganhei uma pequena rotina e tenho almoçado no centro da cidade, que é como quem diz, quando me deixam. Explico. Estas senhoras, pelas nove da manhã, já deixam a sopa encomendada para as 13h. Pena é que elas não se mexam dali, daquele café, durante toda a manhã.

Quando ao almoço lá chego, as simpática senhoras, ainda mantêm o copo do galão à sua frente! Devem ter medo que o mundo acabe à colherada e elas fiquem para último. Depois toca a comer a sopa que encomendam e outra mais. Resultado, lá fico eu sem sopa (que por acaso não posso encomendar. Ainda não devo ser assim um cliente tão… ‘velho).

E aquele cheiro a naftalina que me faz lembrar o museu dos coches!!!… É a espuma no topo da minha cerveja!

O mundo anda mesmo atrás de mim

Senti à pouco que o mundo anda atrás de mim. Primeiro foi um senhor que resolveu ocupar as quatro faixas da rotunda, de uma vez só, vindo quase contra mim. Com jeitinho lá desviou o volante a tempo do beijinho sedutor da chapa metálica.

No café, uma bandeja quase me atingia. Tal não foi a velocidade do condutor, que o torrada ficou colada à vitrine e o galão na mesa ao fundo. Foi servido o pequeno-almoço? Foi. Foi um atendimento rápido? Foi. A pessoa comeu tudo depois do desastre? Sim, mas os ocupantes da bandeja tiveram de ser levados para a morgue. Que o céu dos pequeno-almoços os guarde em paz.

Café e bagaço

Quero um café e um bagaço, para aliviar os dias em que estou menos bem. Um café e um bagaço. Se não houver café, tanto faz. Quero um bagaço. Por esta ou por outra ordem. Que seja um café traçado de bagaço ou um travo de bagaço a café. Mas quero um café e um bagaço. Que não me mudem a cor do café, nem o cheiro do bagaço. Que traga a alegria do gole e a estupidez da loucura. Que seja café sem melaço, porque hoje só quero, um café e um bagaço!

002 – A metros do caminho

… Não foi fácil. Quando me ligas-te a pedir se te recebia em minha casa, não pensei duas vezes. Claro que te queria ver, afinal sempre significas-te muito para mim. Trazia o cabelo desprovido de enleios e o sorriso que nunca mais vi. Vieste perguntar-me se ainda penso em ti? Respondi que não, cruzando os dedos. Tão longe do meu lamento quanto o metro passa da minha porta. Ofereci-te vinho, do único que tenho em casa, já aberto e com umas borras dignas de um copo de vidro escuro. 

Brincámos com a primeira vez que tentei falar contigo. O metro cheio e eu atrapalhado com uma mochila e uma gravata. Quando me fizes-te o sinal para ajeitar a dita, percebi que, de tão descomposto,  conseguis-te distinguir-me dos outros…

Agradeci-te a ajuda com o nó e, em poucos minutos, já imaginava outro enleio contigo… (continua)